quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A UERGS que temos e a UERGS que queremos

Na questão Universidade pública os sucessivos governos brasileiros podem ser considerados um cruel Robin Hood ao contrário: tomam dinheiro dos pobres – bem sabemos como os impostos recaem preferencialmente sobre os “de baixo” no Brasil! – para dar aos ricos – seja de forma indireta, como a adaptação dos currículos e da produção de Ciência e Tecnologia das nossas Universidades aos interesses do mercado, ou direta, ao utilizar recursos públicos para a manutenção de instituições de ensino superior privadas (através do ProUni). A parte que não interessa ao Capital nas nossas Universidades é legada ao abandono, morrendo à míngua de recursos (os estudantes e professores das licenciaturas e das Humanas conhecem bem o problema).

A Universidade pública deveria buscar soluções para os grandes problemas do nosso país, questões vivas como o nosso desenvolvimento econômico e social, as reformas agrária e urbana, a agroecologia, a educação, a saúde...!

Neste contexto nasce a UERGS durante o governo Olívio Dutra com uma estrutura precária e demasiadamente segmentada, males de nascença que foram se agravando com a inação dos governos subsequentes, com destaque (negativo) para a gestão Yeda – responsável pela redução de 25% nos recursos destinados à UERGS (se comparados os valores investidos nos anos de 2006 e 2009) e pela redução de 40% das vagas ofertadas. Para ilustrar a precariedade da instituição: atualmente apenas 96 professores são responsáveis por 3.000 estudantes dispersos por 23 unidades!

Cabe a nós, forças progressistas do Rio Grande do Sul, unirmos forças para lutarmos pela nossa Universidade, porém esta luta deve ser compreendida como uma dupla tarefa: mesmo que seja necessário formular demandas imediatas e exigir a sua implementação, não podemos nos limitar a esta primeira tarefa, pois tudo se perderia numa luta tática, defensiva, visando garantir a simples existência e a manutenção material da UERGS. Não adianta apenas mantermos a Universidade para “os de cima” que existe, devemos passar à segunda tarefa, ofensiva, colocando na ordem do dia o projeto da esquerda de Universidade: a UNIVERSIDADE POPULAR!



Temos de fazer da UERGS que temos a UERGS que queremos!




Algumas propostas para a nossa luta
  • Nomeação imediata da Reitoria eleita
  • Urgente contratação de docentes e servidores, principalmente os aprovados em concurso público para preenchimento das vagas em aberto
  • Constituição de uma estrutra definitiva
  • Orçamento regular fixo de 0,5% da arrecadação do Estado
  • Vestibular regular, apontando para a democratização e universalização do acesso
  • Plano de carreira para docentes e servidores
  • Reajuste salarial
  • Regionalização da instituição: é necessário construir polos regionais consistentes, com estrutura física, administrativa e laboratórios que garantam a consolidação da produção de conhecimentos e a sua reprodução
  • A UERGS deve consolidar o tripé ensino, pesquisa e extensão, vinculando-se a um projeto de desenvolvimento que vise a superação do atraso técnico-científico, cultural e social, adaptando-se às particularidades e potencialidades regionais existentes no Estado
  • Financiamento suficiente para garantir a autonomia da Universidade frente às leis do mercado
  • Garantir a presença das três categorias (discentes, docentes e servidores) em todas as instâncias da Universidade
  • Incentivar a participação dos movimentos sociais populares da sua construção através do ensino, pesquisa e extensão

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